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A RETALIAÇÃO DO LIXO


A retaliação do lixo

Roberto Malvezzi (Gogó)

São 332 barragens nas cabeceiras do Rio São Francisco. Cerca de 70% cheias de rejeitos da mineração. Basta estourar a de Congonhas do Campo, com rejeitos de metais pesados para minerar o ouro, que o Velho Chico estará morto por 100 anos, calculam especialistas da área.

Então, Brumadinho e Marianna, que não mandaram aviso, avisaram que estamos com uma barragem de rejeito amarrada em cada pescoço. Nós somos 18 milhões de pessoas no Vale do São Francisco, sem falar agora dos paraibanos que bebem também dessa água.

A ECOLOGIA INTEGRAL EXIGE DE NÓS UMA NOVA CULTURA DA ÁGUA


A ECOLOGIA INTEGRAL EXIGE DE NÓS UMA NOVA CULTURA DA ÁGUA

Entrevista ao IHU

  1. Para iniciarmos nossa conversa, você poderia nos contar como começou seu interesse pela questão das águas?

Por razões muito práticas. Vim morar no sertão da Bahia em 1980, com uma equipe, no município de Campo Alegre de Lourdes, diocese de Juazeiro, Bahia. Lá não tinha água potável. Não tem rios, nascentes, poços com água doce. A única água era a de chuva agasalhada em “barreiros”, que são buracos escavados no chão para armazenar a água da chuva. Essa água era a água dos bodes, das vacas, dos jumentos, dos porcos, dos animais selvagens, das famílias tomarem banho, fazer a comida e beber. Então, era aquele desastre socioambiental registrado nas músicas de Gonzaga, nas pinturas de Portinari, nos romances de Graciliano Ramos, nas poesias de João Cabral de Melo Neto.

Brasil escolheu a cultura de morte, não da paz


Brasil escolheu a cultura de morte, não da paz

Roberto Malvezzi (Gogó)

A necrofilia faz parte de nossa história: o massacre de 10 milhões de indígenas, milhões de negros, de pobres em Canudos, Caldeirão, Contestado, Pau-de-Colher, os coronéis do sertão, chegam hoje às gangs e milícias das periferias urbanas brasileiras. Matar é constitutivo de nossa história.

Porém, há novidade. A liberação de armas iria inevitavelmente incrementar a violência na classe média, à semelhança do que acontece nos Estados Unidos. É literalmente uma cultura de morte. Eu mesmo fiz um texto sobre esse tema (https://www.brasil247.com/pt/colunistas/geral/380587/A-viol%C3%AAncia-vai-crescer-na-classe-m%C3%A9dia.htm).

A QUARESMA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS


A QUARESMA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS

Roberto Malvezzi (Gogó)

Porém, Jesus, dirigindo-se a elas, as preveniu: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; antes, chorai por vós mesmas e por vossos filhos!  (Lucas, 23:28)

Nesse início de Quaresma os cristãos católicos se dedicam de forma especial à conversão a Deus, às pessoas em geral, aos mais fragilizados em especial e ao cuidado com a natureza. Esse tripé – Deus, irmãos e natureza – sustenta a vida e, quem segue por ele, não erra o caminho. O que já é obrigação cotidiana, na Quaresma ganha a força de um kairós, um momento especial da graça de Deus.