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O dia em que a hipocrisia perdeu


O dia em que a hipocrisia perdeu
Roberto Malvezzi (Gogó)

Finalmente o barco Temer afundou. Uma hipocrisia monumental como essa não tinha como durar, ainda que protegida pela mídia e pela justiça de Curitiba. Se Temer continua aí como um cadáver ambulante, um walking dead, tanto fez como faz. Seu governo morreu e ele também. O estrago é incalculável e só a história dirá em que abismo os golpistas meteram o povo brasileiro.

Aécio suspenso do mandato, irmã dele presa, Cunha silenciado por propina na prisão de Sérgio Moro, com aprovação do atual presidente. Nem o melhor dos escritores, ou cineasta, conseguiria imaginar para a ficção o que é a realidade brasileira.

Mas, assim trabalha o capitalismo, comprando, subornando, corrompendo, guerreando, destruindo, matando. Só os ingênuos não veem ou fingem não ver. Não há moralismo ( nem Moro-lismo), que mude a natureza desse tipo de sociedade, sequer o cristão. Francisco já desistiu e sacramentou que “o capitalismo mata”.

O problema é a saída imediata, para o Brasil respirar. Tecnicamente as diretas não existem nessas circunstâncias pela legislação brasileira. Esse Congresso teria que mudar a Constituição. Indiretamente eles vão colocar, mais uma vez, alguém que se comprometa em salvar a pele dos Congressistas envolvidos no golpe, nas corrupções e na aprovação dos retrocessos sociais e trabalhistas.

Mas, se vingar as diretas, tem que ser eleições gerais, varrer todo esse Congresso e também novas eleições para deputados e senadores. Salvo aqueles cento e poucos honestos que ali trabalham, o resto nem deveria ser reeleito.

17 de Maio de 2017 foi o dia em que a hipocrisia brasileira também perdeu.